Assim começa este capítulo do Evangelho de São Mateus: "Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava..." (Mt 5,1-2). Nosso Senhor ensina como um mestre que sobe em sua cátedra (a montanha). Senta-se e começa a ensinar aos discípulos. Naquela época havia muitos mestres, mas Jesus Cristo é superior a qualquer um deles, pois ensinava com uma autoridade que causava insegurança aos mais conhecedores das Escrituras. Era superior, inclusive ao glorioso profeta Moisés, o qual ensinou a partir do Sinai, no qual recebeu as tábuas da Lei.
Os mestres devem ensinar a verdade, ensinar o caminho que conduz ao bem, o rumo que leva a Deus. "Agora, ao contrário, Deus fala de um modo muito próximo, como de homem para homem. Agora Ele desce até o fundo dos seus sofrimentos"[1].
No Evangelho de São Mateus este foi o primeiro dos cinco grandes discursos realizados por Jesus Cristo. Constantemente as palavras do Salvador são um convite para uma mudança de vida, uma verdadeira conversão.
Durante a vida pública do Messias, os Apóstolos foram sendo ensinados por uma divina didática. Observando os milagres, ouvindo as parábolas e os conselhos, admirando as atitudes e presenciando o holocausto total do Cordeiro de Deus, receberam mais do que uma doutrina, um modo de viver.
Após a partida do Redentor, a Igreja estava instituída como um organismo vivo, cuja cabeça é o próprio Cristo, Nosso Senhor [2]. Aqueles que antes foram ensinados por Jesus, agora têm a missão de evangelizar: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28,19-20).
Não é demais imaginá-La aconselhando e inspirando os Apóstolos acerca de suas missões, bem como lhes explicando o sentido real das palavras e atos de seu Filho: "Por exemplo, Maria Santíssima tendo a seu lado São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, e Ela que conta, explica, interpreta e os ajuda a compreender os fatos da vida de Nosso Senhor, realçando este ou aquele episódio, e sendo, deste modo, o aroma do bom espírito perfumando a Igreja inteira"[5].
Maria foi proclamada "Mãe da Igreja" pelo Papa Paulo VI, e desta forma Ela é modelo de fé e de confiança, mas também é Aquela que ensina aqueles que devem ensinar: "Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem Bendita. Ela mereceu ser a mestra dos Apóstolos..."[6]
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